Novo Alerta da ANVISA, orienta sobre a precaução e o isolamento de Staphylococcus aureus resistente à Vancomicina

Staphylococcus aureus Resistente à Vancomicina: Diagnóstico, Notificação e Medidas de Contenção

Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram-positiva que tem grande relevância clínica por apresentar diversos fatores de patogenicidade e resistência, o que agrava o estado clínico de saúde dos pacientes que estão em tratamento em ambientes hospitalares. A resistência plena à vancomicina por esta espécie bacteriana se deve à transmissão do possível gene de resistência (ex.: Van A) carreado por cepas de Enterococcus, onde, quando adquirido, ocorre resistência a este antibacteriano importante utilizado no tratamento de infecções, principalmente as hospitalares.

A detecção desse tipo de resistência atualmente é recomendada apenas pelo método de microdiluição em caldo, segundo as normas de orientações do Comitê Brasileiro de Testes de Sensibilidade (BrCAST), uma vez que o método de disco-difusão não tem a capacidade de detectar baixos níveis de resistência. Portanto, isolados que apresentarem uma concentração inibitória mínima (CIM) > 2 mg/L são considerados resistentes à vancomicina, segundo os pontos de corte do BrCAST/EUCAST.

Em caso de identificação de Staphylococcus aureus resistente à vancomicina, o laboratório deve:

• Notificar imediatamente a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) ou o responsável técnico do serviço de saúde para que todas as medidas de precaução sejam aplicadas;

• Encaminhar os isolados para confirmação ao Lacen do estado/DF;

• Manter o isolado congelado no laboratório de origem até a confirmação do resultado;

• Comunicar a identificação desse fenótipo aos devidos órgãos fiscalizadores de vigilância e realizar a notificação do caso suspeito ou confirmado no Formulário de Notificação Nacional de Surtos Infecciosos em Serviços de Saúde da ANVISA.

Todos os isolados de S. aureus em que o CIM da vancomicina é > 2 mg/L não podem ser descartados até que a identificação e o teste de sensibilidade tenham sido confirmados pelo Lacen. A orientação é que todos esses isolados sejam guardados e armazenados para posterior caracterização do microrganismo.

No serviço assistencial de saúde em que a cepa resistente foi isolada, é importante que a equipe clínica cumpra as boas práticas de prevenção e controle de infecção, utilizando as precauções padrão, com atenção especial à higienização das mãos e às precauções de contato.

Para mais informações do novo Alerta Emitido pela Anvisa, veja o nosso vídeo que postamos lá em nosso Canal no Youtube, confira logo abaixo no vídeo.

Lucas W.S de Sousa, Biomédico Microbiologista editor e idealizador da página Microbiologia Clínica Brasil.